terça-feira, 13 de outubro de 2009

Especialistas Questionam Projeto de Hidrelétrica no Rio Xingu


Um grupo de 40 especialistas protocolou no Ibama um documento questionando os estudos e a viabilidade da usina hidrelétrica de Belo Monte, que pode ser construída no Rio Xingu, no Pará. O empreendimento está previsto para ser oferecido em leilão em novembro.

No parecer, estudiosos classificam a possível hidrelétrica como “uma intervenção de obras civis sobre um monumento da biodiversidade”, e avaliam que a movimentação de terras para a construção da obra seria equivalente às escavações do Canal do Panamá, com 200 milhões de m³ de terra e pedras remexidas.

Para gerar energia será represada a maior parte do Rio Xingu em um trecho conhecido como Volta Grande, no Pará. Canais levarão a água até uma casa de máquinas, enquanto uma porção do rio ficará com o fluxo de água reduzido. (Foto: EIA-RIMA/Montagem Globo Amazônia) 



  A maior preocupação dos especialistas são os impactos sobre plantas, animais e populações indígenas que habitam um trecho do rio conhecido como Volta Grande do Xingu, onde se pretende construir a usina.

Os acadêmicos também afirmam que há falhas no estudo de impactos ambientais da obra, onde haveria exageros na previsão de geração de energia e ao mesmo tempo números inferiores à realidade em relação ao impacto às populações vizinhas.

O estudo, protocolado no Ibama em 1º de outubro e divulgado nesta segunda-feira (12), foi realizado por pesquisadores voluntários de diversas instituições de pesquisa brasileiras, como o Inpa (instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), a Universidade Federal do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi. Grandes ONGs brasileiras, como o Instituto Sócio Ambiental (ISA) e o WWF também apoiaram a confecção do documento.

Plano antigo
Os primeiros estudos para a construção de uma hidrelétrica no Rio Xingu são de 1980. Na última concepção do projeto, foi planejada uma barragem e canais que desviam parte leito do rio e levam a água para uma casa de força. Por conta disso, um pedaço do curso d’água de cerca de 100 km ficará mais seco.

A obra prevê a capacidade de geração de 4.719 MW no período seco e 11.181 MW com a usina operando em plena capacidade. Para se ter uma ideia, a usina de Itaipu – a maior do Brasil – tem capacidade para gerar 14 mil MW. Os reservatórios, incluindo os canais, ocuparão uma área de 516 km², o equivalente a um terço do município de São Paulo.

Fonte: globo.com 

Nenhum comentário:

Postar um comentário