
O Estado incompetente não trata a água e o saneamento básico com a responsabilidade que deveria e agora tem projetos para repassá-los para seus amigos das empresas privadas.
Já tivemos exemplos fracassados desta prática aqui na América do Sul, em Cochabamba, na Bolívia.
A ÁGUA É NOSSA E DE DEVER DO ESTADO!!!
O governo Fogaça e a privatização do DMAE
Desde o início do primeiro período do governo Fogaça circulam na Prefeitura de Porto Alegre rumores sobre a preparação de uma possível privatização do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE). Quem trabalha na Prefeitura ou está atento aos temas da administração municipal sabe que o DMAE é, dentre os vários órgãos da Prefeitura, a “jóia da coroa”. Folha de pessoal pequena em relação à receita, excelente capacidade de investimento e pequeno serviço da dívida (entenda-se muito baixo pagamento de juros e amortizações) respondem por uma sólida saúde financeira. Tão saudável que foram inúmeros os episódios em que os superávits da autarquia socorreram as por vezes combalidas finanças fazendárias, possibilitando o “fechamento” equilibrado do orçamento consolidado da Prefeitura.

Pois um órgão com estas características, que coleta, trata e distribui água para quase 1,5 milhão de moradores da capital, que expande o tratamento do esgoto cloacal da cidade, com investimentos previstos de centenas de milhões de reais é por certo visto com cobiça. É, sem nenhuma dúvida, um ótimo, rentável e seguro negócio. Que gira por ano com um montante 500 milhões de reais, com excelentes possibilidades de expansão.
Há cerca de três anos tivemos o primeiro passo: iniciou-se a reestruturação do plano de cargos e salários do órgão. Um plano cujo eixo central é reduzir o peso de vantagens do tempo de serviço, as incorporações e progressões automáticas, valorizando desempenho através da medição da produtividade. Um plano com caráter nitidamente privatista, na linha FIERGS-PGQP., do tipo “enxugar custos e só pagar por aumento de produtividade.
Pois neste final de outubro um pronunciamento do líder do governo na Câmara Municipal evidencia que a segunda etapa está sendo preparada. Ele defendeu as Parcerias Público-Privadas (PPPs) para o setor de abastecimento de água e saneamento. E exemplificou falando da necessidade de captar água de melhor qualidade em locais mais distantes de Porto Alegre, o que, obviamente, depende da disponibilidade de recursos. “Coletar água no Jacuí exigirá investimentos de 45 milhões de reais que deverão ser buscados junto ao setor empresarial,” afirmou Valter Nagelstein. Onde há fumaça, há fogo. E no governo Fogaça há vários sinais dando conta do início da privatização do DMAE.
Por Paulo Muzell
Blog RS Urgente
Fonte: Semapi
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