

Por Almiro Brzezinski, apoio Blog RS Urgente e Semapi.
Fotos Almiro Brzezinski e Semapi.
O GeoFull esteve presente neste último dia 17 de dezembro, Dia do Bioma Pampa, na Assembléia Legislativa do RS para acompanhar as palestras do jornalista uruguaio Victor Baccheta, que está lançando a edição em português do seu livro "A Fraude da Celulose" e do professor Valério Pillar, do departamento de Ecologia da UFRGS.
O evento foi realizado com apoio do Semapi, Sintrajufe, Sindiágua, Sinpro-RS e Sindisprev-RS, parceiros que também viabilizaram a edição em português do livro de Baccheta, junto com a Associação dos Servidores da Ascar-Emater (ASAE), através da intermediação da Secretaria de Meio Ambiente da CUT/RS, que apoiaram com recursos a iniciativa do jornalista Renzo Bassanetti.
Na oportunidade, Victor Baccheta explanou sobre os impactos sócio-econômicos e ambeintais da silvicultura da celulose no Conesul. Nas 228 páginas de “A Fraude da Celulose”, Bachetta analisa a entrada e o impacto da indústria de celulose e de seus monocultivos de eucalipto no Uruguai e no Cone Sul. Em seis capítulos, o jornalista aborda os antecedentes e o marco internacional deste processo, os impactos da florestação, a relação com as indústrias de celulose, os conflitos fronteiriços decorrentes de seu ingresso e a discussão pública sobre o tema.
Para o autor, as promessas feitas pelo setor são uma fraude: aumenta a exclusão social, emprega menos pessoas que o grande latifúndio e concentra renda nas mãos de uns poucos grupos. A partir dos resultados de sua pesquisa, Bacchetta mostra que as corporações de celulose estão se instalando aqui por causa da terra e da mão de obra extremamente baratas para os padrões europeus, pela existência de órgãos ambientais sucateados e sem condições de fazer um monitoramento adequado, e pela concessão de incentivos e isenções fiscais que não obteriam em nenhuma outra parte do planeta.
Segundo o mesmo, “A mentira da demanda de papel serve pra justificar a tão proclamada expansão do mercado”, que no Uruguai iniciou com 50 mil hectares nos anos 80 e hoje conta com 1 milhão de hectares, o que representa 25% das terras agricultáveis daquele país. Ele também observou que “cada árvore consome de 30 para mais litros de água”. Naquele país, a densidade dos plantios chega a 1.100 árvores por hectare. “É impossível consorciar com criações ou outras plantações”.
Para finalizar, relatou as conseqüência do plantio de eucaliptos, que além do esgotamento dos recursos hídricos e impacto na fauna e flora, existem a contaminação da água por agrotóxicos e a concentração de latifúndios, causando o desmantelamento das propriedades rurais familiares e precárias condições trabalhistas. Outra falácia que citou sobre a silvicultura do eucalipto, foi o famoso seqüestro de carbono pregado pelas papeleiras, que expressa uma falsa mitigação, pois fixação de carbono não se resume à planta, mas ao solo também, portanto outras espécies exóticas do pampa fazem também esta fixação e em maior quantidade.
Todas pesquisas técnicas para seu trabalho foram retiradas de artigos e revistas científicas, sendo listados alguns na palestra, o que desmente as papeleiras quando declaram que não existe comprovação científica quanto aos malefícios do eucalipto.
Já o professor do Departamento de Ecologia da UFRGS, Valério Pillar falou sobre a ameaça das monoculturas arbóreas sobre o bioma Pampa. Primeiramente fez um relato histórico do bioma Pampa, mostrando que este sempre foi Pampa, contando no máximo com matas galerias, as nossas matas ciliares. Portanto é errôneo discutir "reflorestamento" de algo que nunca foi floresta. "Florestamento" com nenhuma diversidade de espécies, trata-se de monoculturas, desertos verdes.
Demonstou ainda, através de estudos desenvolvidos pelo interior do RS, que as áreas que estão sendo utilizadas para plantio não são nem mesmo as áreas onde já haviam florestas, e sim, campos virgens.
Por fim, discutiu o porque das papeleiras transfeirem-se da Europa para o hemisfério sul, dado a diferença de tempo para corte e legislações ambientais mais severas no continente europeu e analisou trabalhos e gráficos de pesquisas no RS.
Na sexta-feira, dia 18 de dezembro houve o lançamento oficial do livro "A fraude da celulose", com sessão de autógrafos na Livraria Palmarinca (Jerônimo Coelho, 281, Centro-POA). Mais detalhes sobre o lançamento, com síntese do primeiro capítulo do livro, ver site do Semapi (http://www.semapirs.com.br/).
O evento foi realizado com apoio do Semapi, Sintrajufe, Sindiágua, Sinpro-RS e Sindisprev-RS, parceiros que também viabilizaram a edição em português do livro de Baccheta, junto com a Associação dos Servidores da Ascar-Emater (ASAE), através da intermediação da Secretaria de Meio Ambiente da CUT/RS, que apoiaram com recursos a iniciativa do jornalista Renzo Bassanetti.
Na oportunidade, Victor Baccheta explanou sobre os impactos sócio-econômicos e ambeintais da silvicultura da celulose no Conesul. Nas 228 páginas de “A Fraude da Celulose”, Bachetta analisa a entrada e o impacto da indústria de celulose e de seus monocultivos de eucalipto no Uruguai e no Cone Sul. Em seis capítulos, o jornalista aborda os antecedentes e o marco internacional deste processo, os impactos da florestação, a relação com as indústrias de celulose, os conflitos fronteiriços decorrentes de seu ingresso e a discussão pública sobre o tema.
Para o autor, as promessas feitas pelo setor são uma fraude: aumenta a exclusão social, emprega menos pessoas que o grande latifúndio e concentra renda nas mãos de uns poucos grupos. A partir dos resultados de sua pesquisa, Bacchetta mostra que as corporações de celulose estão se instalando aqui por causa da terra e da mão de obra extremamente baratas para os padrões europeus, pela existência de órgãos ambientais sucateados e sem condições de fazer um monitoramento adequado, e pela concessão de incentivos e isenções fiscais que não obteriam em nenhuma outra parte do planeta.
Segundo o mesmo, “A mentira da demanda de papel serve pra justificar a tão proclamada expansão do mercado”, que no Uruguai iniciou com 50 mil hectares nos anos 80 e hoje conta com 1 milhão de hectares, o que representa 25% das terras agricultáveis daquele país. Ele também observou que “cada árvore consome de 30 para mais litros de água”. Naquele país, a densidade dos plantios chega a 1.100 árvores por hectare. “É impossível consorciar com criações ou outras plantações”.
Para finalizar, relatou as conseqüência do plantio de eucaliptos, que além do esgotamento dos recursos hídricos e impacto na fauna e flora, existem a contaminação da água por agrotóxicos e a concentração de latifúndios, causando o desmantelamento das propriedades rurais familiares e precárias condições trabalhistas. Outra falácia que citou sobre a silvicultura do eucalipto, foi o famoso seqüestro de carbono pregado pelas papeleiras, que expressa uma falsa mitigação, pois fixação de carbono não se resume à planta, mas ao solo também, portanto outras espécies exóticas do pampa fazem também esta fixação e em maior quantidade.
Todas pesquisas técnicas para seu trabalho foram retiradas de artigos e revistas científicas, sendo listados alguns na palestra, o que desmente as papeleiras quando declaram que não existe comprovação científica quanto aos malefícios do eucalipto.
Já o professor do Departamento de Ecologia da UFRGS, Valério Pillar falou sobre a ameaça das monoculturas arbóreas sobre o bioma Pampa. Primeiramente fez um relato histórico do bioma Pampa, mostrando que este sempre foi Pampa, contando no máximo com matas galerias, as nossas matas ciliares. Portanto é errôneo discutir "reflorestamento" de algo que nunca foi floresta. "Florestamento" com nenhuma diversidade de espécies, trata-se de monoculturas, desertos verdes.
Demonstou ainda, através de estudos desenvolvidos pelo interior do RS, que as áreas que estão sendo utilizadas para plantio não são nem mesmo as áreas onde já haviam florestas, e sim, campos virgens.
Por fim, discutiu o porque das papeleiras transfeirem-se da Europa para o hemisfério sul, dado a diferença de tempo para corte e legislações ambientais mais severas no continente europeu e analisou trabalhos e gráficos de pesquisas no RS.
Na sexta-feira, dia 18 de dezembro houve o lançamento oficial do livro "A fraude da celulose", com sessão de autógrafos na Livraria Palmarinca (Jerônimo Coelho, 281, Centro-POA). Mais detalhes sobre o lançamento, com síntese do primeiro capítulo do livro, ver site do Semapi (http://www.semapirs.com.br/).
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