quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FSM 10 ANOS DEPOIS I


Devido alguns contratempos, postamos no dia de hoje a cobertura que o blog Geofull realizou na medida do possível do Fórum Social Mundial 10 Anos Depois, realizado na região metropolitana de POA, de 25 a 29 de janeiro último.

Por Almiro Brzezinski


Fórum Social Mundial 10 Anos Depois

Muito ouviu-se falar nestes últimos dias sobre o FSM 10 anos. Alguns o glorificando, outros não dando muita importância através de ideologias diferentes, como se este não somasse nada de benefícios a nossa sociedade.

Acompanhando esta edição diferente que ocorreu este ano, sendo descentralizado em diversas cidades daregião e em outras partes do mundo, podemos tirar boas conclusões. Primeiramente, sobre o balanço da última década, onde podemos visualizar grandes melhorias em nosso continente relacionadas a assuntos já tratados nas outras edições do evento. Podemos citar a questão ALCA, no qual o FSM foi um dos primeiros palcos de discussões frente a esta medida penalizadora que seria se aprovado para todos os demais países da América. Podemos citar ainda, os exemplos de economia solidária, difundida a partir do FSM, sem falar de outros exemplos, como a mobilidade social desta última década em nosso continente, a crescente dos países progressistas na América Latina, a discussão em torno dos movimentos sociais, o modelo econômico insustentável, como nos foi revelado na última crise. Diferentemente dos conservadores, exemplos são vastos para mostrarmos os ganhos desta década de FSM.

Claro, que como podemos notar, muita coisa ainda é realizada no âmbito de nosso continente. Devemos fortalecer cada mais as discussões (e o fórum serve para isso) para tornar-se realmente "mundial", atingindo um público mais amplo, fugindo um pouco da hierarquização ideológica e engrandecer os debates, trazendo uma agenda política oficial e clara; construir uma rede de movimentos sociais para troca de experiências; fortalecer o debate sobre mídias alternativas, enfim.

Falando de mídia, a grande mídia continua a mesma. Nestas últimas semanas ouvimos muito falar sobre o esvaziamento do FSM, sua crise de identidade. Na minha opinião, embora exista pontos a se discutir para melhorar, pois o processo é contínuo, isto não se verificou. Devemos deixar claro que esta edição foi um evento ligado ao FSM, descentralizado e preparando as discusões para a 10ª edição, esta sim centralizada, em Dakar, no Senegal, em 2011. Sabíamos que não teríamos os 150 mil participantes de 2005 aqui em nosso Estado, nem os 130 mil que, com todo problema de acesso, tivemos em Belém em 2009. Mas 35 mil pessoas e a participação de 39 países diferentes deve ser louvada pelo caráter diferente deste evento.

Na medida do possível, nosso blog esteve presente em algumas atividades do FSM 10 anos. Estivemos na abertura, no Gasômetro após a caminhada inicial do evento pelas ruas da capital. Na quarta (27/01) passamos por São Leopoldo para ver a Casa Cuba e acompanhar os shows da noite. Na quinta (28/01), estivemos em Canoas, na Feira Mundial de Economia Solidária. Este um dos pontos altos do evento, pois economia solidária é um do temas que ganhou suporte através do FSM nesta última década e hoje, já podemos visualizar diversas atividades desse tipo em diferentes partes do nosso Estado, no Brasil e demais países. É gratificante ver artesões, cozinheiras, todos utilizando criatividade e recursos de forma responsável e coerente, gerando emprego e renda em suas comunidades.

Um dos eventos mais esperados e acompanhado por nós,foio painel "Os desafios dos governos progressistas latino americanos na nova conjuntura internacional", realizado em São Leopoldo, no dia 29/01, sobre mediação do Prefeito Ari Vanazzi. Estiveram presentes o Assessor do Governo Federal, Silvano Heck, o Cônsul Geral de Cuba no Brasil, Carlos Trejo Sosa e o Presidente do Parlamento do Mercosul, o uruguaio Juan José Dominguez. O debate foi enriquecedor, trazendo à tona as questões de nosso continente nesta última década, o crescimento dos países progressistas, as últimas eleições no continente (Piñera no Chile e Pepe Mujica no Uruguai), a questão do Haiti e ainda o embargo americano sobre Cuba, mantido pelo Obama (nosso Nobel da Paz).

Enfim, tamanha a diversidade, o evento já deixa saudade. Além dos debates e dos temas discutidos que agregam a nosso conhecimento e opinião, ainda serve para conhecer pessoas, trocar experiências, materiais e claro, curtir com seus shows e demais atividades culturais.

Agora tudo para Dakar, no Senegal em 2011!!! E quando quiser retornar, sempre será bem vindo!!!

Abaixo, algumas fotos do evento.

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